Estavam os dois, logo ali, perto do pilar que ficava próximo da cantina. Ela era popular, linda e razoavelmente interessante. Tinha uma estatura mediana-alta, olhos azuis, belíssimos cabelos loiros. Todas garotas a invejavam e todos os garotos a admiravam. E além de seus atributos, outra coisa que a fazia invejável era tê-lo. Ele era simpático, belo e exercia um certo poder por ali. Era alto, forte e garboso, um rapaz com um quê de cavalheiro clássico. Nossa, como formavam um belo par para as multidões poderem se deleitar falando deles...
Um pouco ao lado havia outro casal. Ela não era tão bonita, ao menos para o gosto geral, já ele teimava em discordar e a achava maravilhosa. Usava óculos, tinha um rosto arredondadinho e era super amável, devo admitir que ele até tinha razão em achá-la graciosa. Além disso, ela era inteligente, bem mais inteligente que a moça do primeiro casal, tinha ambições bem maiores e mais respeitáveis que aquela outra também. Já ele, era engraçado, desengonçado para a maioria, fofo para ela. Era um rapaz super inteligente e sério quando necessário. Tinha os cabelos um pouco grandes, eram encaracolados. Nossa, como formavam um belo par para eles mesmos...
E sentado do outro lado do pátio estava um garoto sozinho. Não eram muitos que o notavam, ele parecia invisível em meio a multidão. Tinha um semblante de calma, mas quem olhasse duas vezes veria o desespero que havia lá dentro. Ele podia até sorrir, mas era apenas para colocar uma máscara sobre a solidão. Ele era ímpar, sua vida sempre fora ímpar. Quando não estava sozinho, a garota que ele amava tinha outro. Nossa, como ele era um triste ímpar.
sexta-feira, 19 de novembro de 2010
Um par.
Eu sei que é bobeira, e que eu não deveria mais pensar nisso. É passado, eu já estou avisado… mas eu estou cansado! Cansado de chorar por saber que nunca seremos um par. Cansado de sofrer por não te ter. Para você? Para você não faz diferença, aliás, você quer que eu esqueça. Para o mundo menos ainda. Um par a menos, um par a mais, que diferença faz? Mas para mim! Para mim como você faz falta. Eu sinto que além de ti perdi minha alma, uma parte de mim foi embora. É tão difícil deixar tudo p'ra lá. Você e a ideia de sermos um par. Ainda mais da forma que tudo foi acabar. Se é que é acabou… ou sequer começou.
Não estou aqui só p'ra lamentar. Às vezes a vida não quer que sejamos um par. Eu sei que o mundo é assim, e sei que o amor é um jogo sem fim. Eu disse "par!", você "ímpar". Eu joguei um e você nada. E, por mais que eu queira, sem tua vontade, meu um nunca será um par de verdade.
Não estou aqui só p'ra lamentar. Às vezes a vida não quer que sejamos um par. Eu sei que o mundo é assim, e sei que o amor é um jogo sem fim. Eu disse "par!", você "ímpar". Eu joguei um e você nada. E, por mais que eu queira, sem tua vontade, meu um nunca será um par de verdade.
terça-feira, 16 de novembro de 2010
No funeral.
A chuva cai do céu.
E dos olhos dos meus amigos.
O frio está no vento.
E no meu peito já sem vida.
A oração não consola.
O silêncio ensurdece.
Se eu pudesse dizer uma última coisa.
Vejo agora que não seria:
"Não chorem, eu quero que sorriam."
Pois, a realidade, a morte, é diferente.
"Chorem, mas não por me perderem,
chorem porque eu os perdi.
E estou sozinho aqui,
para sempre.
Sem vocês.
Sem deuses.
Sem paz."
E dos olhos dos meus amigos.
O frio está no vento.
E no meu peito já sem vida.
A oração não consola.
O silêncio ensurdece.
Se eu pudesse dizer uma última coisa.
Vejo agora que não seria:
"Não chorem, eu quero que sorriam."
Pois, a realidade, a morte, é diferente.
"Chorem, mas não por me perderem,
chorem porque eu os perdi.
E estou sozinho aqui,
para sempre.
Sem vocês.
Sem deuses.
Sem paz."
No funeral
Então, eu abri meus olhos
Meu corpo estava frio
Todos choravam
Todos estavam de luto
Eu ouvia uma marcha fúnebre
Mas não, eu não havia morrido.
Eu toquei teu corpo
Estava fria, com pele marfínea
Segurei triste tua mão de neve
E chorei ao ver teu rosto tão fraco
Rico em ossatura, pobre em vida.
Mas não, tu não havias morrido.
Perguntei-me então de quem era aquele funeral
Por quem tanta gente choraria?
Resolvi olhar em volta
E foi aí que reparei em uma ausência
Eu estava ali, você também, mas faltava alguém
E sim, o amor havia morrido.
Meu corpo estava frio
Todos choravam
Todos estavam de luto
Eu ouvia uma marcha fúnebre
Mas não, eu não havia morrido.
Eu toquei teu corpo
Estava fria, com pele marfínea
Segurei triste tua mão de neve
E chorei ao ver teu rosto tão fraco
Rico em ossatura, pobre em vida.
Mas não, tu não havias morrido.
Perguntei-me então de quem era aquele funeral
Por quem tanta gente choraria?
Resolvi olhar em volta
E foi aí que reparei em uma ausência
Eu estava ali, você também, mas faltava alguém
E sim, o amor havia morrido.
sexta-feira, 12 de novembro de 2010
"Como você mudou."
Você me dirá palavras "sábias" sobre como eu mudei e sou um tolo agora, pois é, você me dirá palavras do tipo:
"Como você mudou. Você não era assim, Lucas. Se lembra de quando você ia atrás de seus sonhos? Nossa, você era demais, eu te admirava tanto, você era alguém que tantos queriam ser, você era tão inteligente (ou melhor, ainda é), era tão simpático e bem-humorado e nos esportes não ficava muito atrás. Você já tinha esse espírito artístico, me lembro quando você me mostrou seu primeiro poema, o qual tinha logo eu como musa, imagino quem será sua musa hoje em dia… me lembro também de quando mentiu pra mim, fingindo que um poema de alguém famoso (não me lembro quem era o autor) era seu, e eu logo descobri sua farsa.
Você era tão sorridente, você me fazia sorrir, nossa, como você me cativava, bem, você cativava a todos. Você tinha um gosto musical excelente, me lembro das tardes que passamos um com o outro, ouvindo aquelas músicas que só nós pensávamos que gostávamos, éramos tão 'especiais', não é, Lucas? Éramos tão 'superiores', ah bons tempos aqueles…
Mas hoje você é diferente, ah, como você mudou. Você não segue mais seus sonhos, você não é mais tão admirado, só sua inteligência, que só serve para fazê-lo arrogante, achando que é o maior sábio do mundo, continua. Não há mais simpatia em você, virou um casmurro. Seus poemas são claramente vazios.
Você não sorri mais, você entristece aqueles em sua volta. Parte das músicas que ouve se tornaram ordinárias, mas também, você se tornou ordinário.
Como você mudou, Lucas, como você mudou."
E eu, bem, eu diria:
"É, eu mudei, mudei tentando te agradar. O único sonho que eu ainda tenho, é te ter. Se não sou mais simpático, é porque eu tentei me adaptar a você e deixei tudo o que eu realmente era pra trás. Ah é, você se perguntou sobre quem seria minha musa de hoje em dia, bom… ela é você, ou melhor, ela é o que você costumava ser, eu me inspiro naquela garota por quem me apaixonei anos atrás.
E pois é, não sorrio mais, mas há um motivo pra isso, você se foi embora, você não está mais ao meu lado. E, por fim, as músicas. Elas não são ordinárias, a não ser que você se considere ordinária, porque todas elas me lembram de você, todas elas se relacionam conosco.
Como você mudou, querida, como você mudou."
Isso é o que eu diria, mas não terei a chance de dizer-lhe isso. Então deixemos tudo calado.
"Como você mudou. Você não era assim, Lucas. Se lembra de quando você ia atrás de seus sonhos? Nossa, você era demais, eu te admirava tanto, você era alguém que tantos queriam ser, você era tão inteligente (ou melhor, ainda é), era tão simpático e bem-humorado e nos esportes não ficava muito atrás. Você já tinha esse espírito artístico, me lembro quando você me mostrou seu primeiro poema, o qual tinha logo eu como musa, imagino quem será sua musa hoje em dia… me lembro também de quando mentiu pra mim, fingindo que um poema de alguém famoso (não me lembro quem era o autor) era seu, e eu logo descobri sua farsa.
Você era tão sorridente, você me fazia sorrir, nossa, como você me cativava, bem, você cativava a todos. Você tinha um gosto musical excelente, me lembro das tardes que passamos um com o outro, ouvindo aquelas músicas que só nós pensávamos que gostávamos, éramos tão 'especiais', não é, Lucas? Éramos tão 'superiores', ah bons tempos aqueles…
Mas hoje você é diferente, ah, como você mudou. Você não segue mais seus sonhos, você não é mais tão admirado, só sua inteligência, que só serve para fazê-lo arrogante, achando que é o maior sábio do mundo, continua. Não há mais simpatia em você, virou um casmurro. Seus poemas são claramente vazios.
Você não sorri mais, você entristece aqueles em sua volta. Parte das músicas que ouve se tornaram ordinárias, mas também, você se tornou ordinário.
Como você mudou, Lucas, como você mudou."
E eu, bem, eu diria:
"É, eu mudei, mudei tentando te agradar. O único sonho que eu ainda tenho, é te ter. Se não sou mais simpático, é porque eu tentei me adaptar a você e deixei tudo o que eu realmente era pra trás. Ah é, você se perguntou sobre quem seria minha musa de hoje em dia, bom… ela é você, ou melhor, ela é o que você costumava ser, eu me inspiro naquela garota por quem me apaixonei anos atrás.
E pois é, não sorrio mais, mas há um motivo pra isso, você se foi embora, você não está mais ao meu lado. E, por fim, as músicas. Elas não são ordinárias, a não ser que você se considere ordinária, porque todas elas me lembram de você, todas elas se relacionam conosco.
Como você mudou, querida, como você mudou."
Isso é o que eu diria, mas não terei a chance de dizer-lhe isso. Então deixemos tudo calado.
"Como você mudou."
-Como você mudou.
-Como eu mudei? É claro que eu mudei. Se não mudasse, nunca estaríamos aqui. Nunca teríamos nada, nem essa conversa. É claro que eu mudei, mudei p'ra ser alguém bom p'ra ti, p'ra você gostar de mim, se interessar, p'ra podermos ser amigos e, quem sabe, algo mais. E quer saber a verdade? Deu certo, aproximamo-nos muito, viramos amigos e, não sei, algo mais. E menos! Mas daí, eu mudei, de novo. Eu ficava tão feliz contigo, tão bem, eu acho que passei a precisar de você. E quando estavamos juntos, eu não conseguia conter os meus sentimentos... nem os bons... nem os ruins. Ciúmes, o medo de te perder, a tristeza de te ver partir. Isso fazia mal a mim, a nós! E eu precisei mudar, precisei esconder o que eu sentia, precisei "pegar leve", eu não sei "pegar leve". E, agora, mudei de novo... afastamo-nos, você pediu um tempo, precisava do seu espaço. Eu disse "eu entendo, é melhor assim", não! Não é melhor assim. Nunca poderia ser melhor eu sem você! Então, sem você, eu mudei, minha alegria parece que gostava tanto de ti que, quando você me deixou, foi junto. Meu sorriso combinava tanto com o seu riso, que sua ausência parecia recriminá-lo de estar presente. Eu mudei, fiquei deprimido, triste, destruído. Você me estragou! Me estragou! E agora vem dizer "como você mudou", é claro que eu mudei! Se eu não mudasse, as coisas não mudariam sozinhas, eu me arrisquei e acabei perdendo.
-Suas lágrimas... são a prova de que você não mudou, desculpe-me, fui eu, não fui?
-Minhas lágrimas são a prova. Não a prova de que eu ou você mudou. Mas a prova de que não mudamos quem somos, e sim como somos.
-Como eu mudei? É claro que eu mudei. Se não mudasse, nunca estaríamos aqui. Nunca teríamos nada, nem essa conversa. É claro que eu mudei, mudei p'ra ser alguém bom p'ra ti, p'ra você gostar de mim, se interessar, p'ra podermos ser amigos e, quem sabe, algo mais. E quer saber a verdade? Deu certo, aproximamo-nos muito, viramos amigos e, não sei, algo mais. E menos! Mas daí, eu mudei, de novo. Eu ficava tão feliz contigo, tão bem, eu acho que passei a precisar de você. E quando estavamos juntos, eu não conseguia conter os meus sentimentos... nem os bons... nem os ruins. Ciúmes, o medo de te perder, a tristeza de te ver partir. Isso fazia mal a mim, a nós! E eu precisei mudar, precisei esconder o que eu sentia, precisei "pegar leve", eu não sei "pegar leve". E, agora, mudei de novo... afastamo-nos, você pediu um tempo, precisava do seu espaço. Eu disse "eu entendo, é melhor assim", não! Não é melhor assim. Nunca poderia ser melhor eu sem você! Então, sem você, eu mudei, minha alegria parece que gostava tanto de ti que, quando você me deixou, foi junto. Meu sorriso combinava tanto com o seu riso, que sua ausência parecia recriminá-lo de estar presente. Eu mudei, fiquei deprimido, triste, destruído. Você me estragou! Me estragou! E agora vem dizer "como você mudou", é claro que eu mudei! Se eu não mudasse, as coisas não mudariam sozinhas, eu me arrisquei e acabei perdendo.
-Suas lágrimas... são a prova de que você não mudou, desculpe-me, fui eu, não fui?
-Minhas lágrimas são a prova. Não a prova de que eu ou você mudou. Mas a prova de que não mudamos quem somos, e sim como somos.
terça-feira, 9 de novembro de 2010
Amor irracional.
O que eu sinto por você
"é algo bem natural"
você vai me dizer.
Mas eu penso d'outra maneira,
é um amor irracional,
não é brincadeira.
"Não se faça de tolo,
nenhum amor é racional,
não sei p'ra que tanto rolo."
Exatamente!
Não é um amor normal,
você não sai da minha mente.
"Vamos, seja sensato,
ao menos, rime bem,
está ficando chato."
Não é culpa minha,
eu não penso em mais ninguém
é impossível ficar na linha.
"Então, é bom corrigir esse seu amor,
que as suas poesias estão péssimas,
não rimarei mais contigo, adeus."
Não me faça essa desfeita,
por favor,
faço-te minha Julieta!
Não se vá.
Não assim!
É o fim...
"é algo bem natural"
você vai me dizer.
Mas eu penso d'outra maneira,
é um amor irracional,
não é brincadeira.
"Não se faça de tolo,
nenhum amor é racional,
não sei p'ra que tanto rolo."
Exatamente!
Não é um amor normal,
você não sai da minha mente.
"Vamos, seja sensato,
ao menos, rime bem,
está ficando chato."
Não é culpa minha,
eu não penso em mais ninguém
é impossível ficar na linha.
"Então, é bom corrigir esse seu amor,
que as suas poesias estão péssimas,
não rimarei mais contigo, adeus."
Não me faça essa desfeita,
por favor,
faço-te minha Julieta!
Não se vá.
Não assim!
É o fim...
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