sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Trânsito.

Enquanto eu lentamente transitava por minha vida, eu parei. Não porque havia aquela placa vermelha com aquelas letras garrafais, eu parei porque a vi. Ela era mais bela que aqueles belíssimos carros italianos que todos admiram.
Mas apesar dela estar ali, apenas do outro lado da rua, eu não podia tê-la, eu não podia seguir em frente. Pouco depois o semáforo ficou verde, assim como os esmeraldinos olhos dela eram. Prossegui no sentido dela, mas eu tive de dar a preferência para um outro rapaz, um rapaz que, na estrada da vida, já havia me ultrapassado há um bom tempo.
E foi assim que ela estacionou em meu coração, a milhares de quilómetros por hora, chamando mais atenção que um acidente de carro.

Trânsito.

No meio do trânsito infernal; do stress das grandes cidades; do calor do verão interminável; de xingamentos habituais; da poluição costumeira; do ódio humano, uma pessoa se mantinha calma, em paz.
"Não caia na deles, não perca o controle, não perca a cabeça." Ele dizia a si mesmo. Dentro de seu pequeno carro azul, com os vidros escancarados que não ajudavam em nada a tratar o calor.
Um carro cortou bruscamente a sua frente, sem sinalizar. O rapaz freou bruscamente e por muito pouco não bateu no veículo imprudente.
"Tudo bem, não aconteceu nada, eu estou bem e ele também. Sorte a minha ter mantido uma distância segura, por isso devemos dirigir cautelosamente." Falou enquanto tomava o controle da situação.
BEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEH!!! Fez a buzina do carro que vinha atrás dele.
"ANDA LOGO, PORRA, NÃO DEIXA ENTRAR NÃO!!" Fez o dono do carro que vinha atrás dele.
"É melhor eu ir para a pista da direita, as pessoas estão muito apressadas e nervosas por aqui." Pensou o jovem. E dirigiu-se à pista mais calma.
bibibibibibibibibibibibibi Exclamou a moto que quase fora atropelada pelo pequeno carro azul.
"Filho da puta!" Exclamou o motociclista que quase fora atropelado pelo pequeno jovem cauteloso.
"Desculpe-me!" Respondeu o garoto preocupado com o acidente que quase cometera. Mas a única resposta foi um dedo levantado pelo motociclista que já ziguezagueava com seu bibibibi.
Outro carro entrou em sua frente sem aviso prévio. Outra buzina acusou-o de covarde. Mais alguns nomes que não merecem ser mencionados foram gritados em sua direção. E meia-dúzia de bibibis seguidos de motos rasgaram quase acertando seu pequeno veículo.
BEEEEEEEEEEEEEEEEH!!!bibibibibi bibibibibi bibibibi BEEEEEEEEEEEEEH!! "FILHO DA PUTA!" "Comprou sua carta pelo correio?!" BEEEEEEEEEEEEEH!!

"Vão se foder!" O rapaz disse, ao desistir.