terça-feira, 22 de maio de 2012

Desencantado.

Nada em minha vida fazia sentido.
Mas assim que a vi,
Tudo mudou, e eu só pude dizer:
"Encantado"

Encantado eu seguia,
E já eras minha vida
E tudo que em ti eu via
Só fazia-me pensar:
"Como podes ser tão encantadora?"

Mas tu também tinhas
Seu lado incompreensível,
E eu, que nunca fui de filosofias,
Nem tentava esforçar-me para entendê-la.
E tu só fazia com que eu me perdesse cada vez mais.
É, tu e teus encantos.

A grande pena é que a vida cansa-me, querida,
E eu acabo entediado,
Mas não se acaba em morte dessa vez,
Não, querida, não sou assim tão grave,
Só desencantado.

Desencantado.

Seu altivo e alvo alazão
é uma bicicleta vermelha para duas pessoas.
Seus belos e brilhantes cabelos
são encaracolados e selvagens.
Sua brava armadura de bronze
é uma camisa xadrez e um jeans surrado.
Sua estonteante espada Excalibur 
é uma Les Paul clássica.
Seu sério e sólido semblante
um sorriso bobo no rosto.

E o seu príncipe dos sonhos,
um príncipe (des)encantado de verdade.