quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Flocos de neve.

Flocos de neve. Bonitos, adoráveis, amáveis, lindos, fabulosos, formidáveis. Dizem que não existem dois iguais, mas assim é com todos nós, únicos, incomparáveis, singulares. Flocos de neve são pequenos, mas juntos fazem tanto, salvam crianças que não haviam feito o dever de casa, permitem que elas brinquem, dão mais um tempinho debaixo das cobertas para os namorados, param cidades. Mas logo se vão. 
Os flocos são como o amor. Lindos no começo, tocam corações, mas com o tempo a sua presença pode tornar-se incômoda, a criança precisa ir para a escola, já incomoda os pais, os namorados cansaram-se um do outro, precisam de um tempo, a cidade deve andar. 
Os flocos, como o amor, são lindos de se observar, mas não se pode segurá-los, incomodam de tão gelados e por fim derretem em nossas mãos. Os flocos, a neve, são como o amor. Lindos, gelados e nem todos têm o prazer de conhecer.

Flocos de neve.

Eram jovens especiais e únicos à sua maneira. Sem par para sobreviverem a esse mundo, realmente únicos e especiais.
Cada um deles via o mundo de uma maneira diferente, eles eram diferentes deles mesmo, apesar de serem tão iguais.
De uma maneira mais organizada, com suas regras, formas, sílabas, ou livres, brancos, ousados, tentavam sempre ser únicos, tentavam sempre ser especiais, tentavam se superar e fazer das tripas coração, do coração razão.
Subvertiam a existência a resistência, faziam tudo de maneira única, com um toque pessoal, cada detalhe de suas vidas eram singulares, por mais que fossem quase iguais, no final, mudavam tudo.
Cada fragmento, cada canto, cada detalhe, era único e especial como um floco de neve.
Como um floco de neve, ao longe, eram todos iguais.