terça-feira, 6 de setembro de 2011

Antiestético.

Meus dedos enroscados nos seus cabelos,
côr-de-nada, mal-tratados, emaranhados.
Sorri-me um sorriso imperfeito,
com dentes de mais.
Seu corpo, quiçá grande,
quiçá pequeno.
Seu nariz é frio,
sua mão também,
e eu não a solto.

És perfeita.

Antiestético.

É antiestético
Pensar demais.
Usar óculos, esse cabelo,
O livro na mão e essa camiseta,
Tão antiestética.

É feio
Gostar de estudar
E estudar.
Não seguir tendências
É feio.

É horrendo.
Ter preconceitos,
Julgar tanto os outros,
E não olhar para si mesmo.
É horrendo.

Mas o que é bonito?
O cabelo que todos usam?
Um poema com uma métrica tão perfeita que chega a
Doer?
Ou um poema inconsequente,
O cabelo que você decidiu gostar,
Ser como você é.
É tão bonito.