terça-feira, 26 de abril de 2011

Amnésia.

Quem sou eu?
Onde estou?

Que fazeis aqui?
Quem sois vós?

Não me lembro de nada.
Esqueci-me de tudo.

Que faço eu agora?
Recomeço minha vida?

Estou com medo.
Estou confuso.

Não reconheço ninguém.
O rapaz do espelho.
As pessoas ao meu lado.
Minha mente é plena escuridão.
Medo. Confusão.

Oh, vejam, lá se vai minha amada.
Linda, com pele de marfim.
É a única para mim.
Sem ela não sou nada.

Dela eu me lembro.
E já consigo ver claramente.
Para celebrar esse momento.
Cinquenta poemas eu farei.
Para aclamar esse amor.

Amnésia.

Hoje, pelas paulistanas ruas, fui abordado por uma moça.
Era loira, simpática, jovial e estridente.
Era bonita ao seu jeito,
Embora em um concurso de beleza não fosse campeã,
Era deveras jeitosa, na minha opinião.

Mas os atributos dela não são o motivo por que estou a escrever.
A tal loira disse-me que era minha amiga
E que conhecia-me há um bom tempo.
Em um primeiro momento estranhei.
Juro, nunca a havia visto antes.
Ela provava o contrário mostrando saber muito sobre mim,
Meu passado e minha família

Disse-me que eu era um rapaz feliz,
 Adorava a vida e não ligava para políticas
Ou para o povo.
Disse também que eu era um eterno apaixonado,
Ao que me parece eu até a amava.
Por fim disse que sentia minha falta,
E que adoraria viver novamente aqueles velhos tempos.

Enquanto escrevo, admito:
Não consigo acreditar que esqueci de tudo isso
Estou a adoecer? Atingiu-me a Amnésia?
Agora sinto saudade do que não lembro de ter vivido.
Por deus! Como posso tê-la esquecido?!