sexta-feira, 12 de novembro de 2010

"Como você mudou."

-Como você mudou.
-Como eu mudei? É claro que eu mudei. Se não mudasse, nunca estaríamos aqui. Nunca teríamos nada, nem essa conversa. É claro que eu mudei, mudei p'ra ser alguém bom p'ra ti, p'ra você gostar de mim, se interessar, p'ra podermos ser amigos e, quem sabe, algo mais. E quer saber a verdade? Deu certo, aproximamo-nos muito, viramos amigos e, não sei, algo mais. E menos! Mas daí, eu mudei, de novo. Eu ficava tão feliz contigo, tão bem, eu acho que passei a precisar de você. E quando estavamos juntos, eu não conseguia conter os meus sentimentos... nem os bons... nem os ruins. Ciúmes, o medo de te perder, a tristeza de te ver partir. Isso fazia mal a mim, a nós! E eu precisei mudar, precisei esconder o que eu sentia, precisei "pegar leve", eu não sei "pegar leve". E, agora, mudei de novo... afastamo-nos, você pediu um tempo, precisava do seu espaço. Eu disse "eu entendo, é melhor assim", não! Não é melhor assim. Nunca poderia ser melhor eu sem você! Então, sem você, eu mudei, minha alegria parece que gostava tanto de ti que, quando você me deixou, foi junto. Meu sorriso combinava tanto com o seu riso, que sua ausência parecia recriminá-lo de estar presente. Eu mudei, fiquei deprimido, triste, destruído. Você me estragou! Me estragou! E agora vem dizer "como você mudou", é claro que eu mudei! Se eu não mudasse, as coisas não mudariam sozinhas, eu me arrisquei e acabei perdendo.
-Suas lágrimas... são a prova de que você não mudou, desculpe-me, fui eu, não fui?
-Minhas lágrimas são a prova. Não a prova de que eu ou você mudou. Mas a prova de que não mudamos quem somos, e sim como somos.

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