sábado, 23 de fevereiro de 2013

De mãos dadas.

No começo seguravam minha mão
apenas com um dedo.
O tempo passou e quando resolvi andar,
para que não caísse, seguraram minha mão.
De mãos dadas eu me sentia seguro,
querido.
E mais à frente, já não queria soltá-los,
e segurei na primeira mão que me veio à frente.
Para seguir em frente.
De mãos dadas eu ia, para continuar de pé.
Me agarrei a uma mão firme, comprida,
que me apertava e machucava, 
porém não me soltava, e isso me era suficiente.
Vi algo lá longe, algo que realmente mexeu comigo,
precisava correr, me soltar, ir lá sozinho,
lutar.

Ela não me soltou.
Corri mesmo assim.
Ela não me soltou,
e caiu.
Saiu machucada.
Tive de fazê-lo.
Para segurar a mão
da felicidade.

De mãos dadas.

Por vezes imagino segurar tuas mãos.
Nada de mais, apenas meus dedos entre os teus,
Mas isso dá-me uns calafrios,
E um sorriso bobo.

Sim, o mero imaginar
De segurar tuas mãos pela primeira vez
(E última, querida, como são passageiras as alegrias)
Alegra-me de maneira ímpar.
A simplicidade do pensar em nossos dedos se abraçando,
Conhecendo-se pela primeira vez,
Levam-me para o paraíso.
A ideia do calor de tuas mãos
(Ou tuas mãos podem estar geladas, faria sentido).
Conseguem fazer de mim o homem mais feliz.

E, de repente, estamos de mãos dadas.