sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Setembro Chove.

Está a chover mais uma vez, essa época do ano é sempre assim. Incrível como sempre há de chover em setembro, mesmo com esse seco inverno paulistano ela sempre vem. E pensar que setembro já foi um mês feliz para mim, há cinco anos atrás, quando não me preocupava com a literatura ou com o que seria de minha vida foi quando vivi o melhor do mês de todos, e até mesmo o melhor aniversário de todos.
É, setembro de cinco anos atrás, que mês foi aquele? Vivi tudo de uma só vez, tanta alegria, tantos sorrisos (agora te digo que talvez eu tenha sorrido mais naquele mês do que sorrirei em toda minha vida), tantas parvoíces, só faltou a contraparte de tudo isso, faltou nele a tristeza, mas ela compensa a ausência em um mês ao ser minha parceira pelo resto da vida, ao menos alguém tinha de ficar ao meu lado depois da partida de outros. 
Em pensar que menti naquele mesmo mês ao dizer que escrevi-lhe coisas que não eram minhas, agora isso é para você (se estiver lendo, pode ignorar e seguir sua vida calmamente, não se preocupe com um garoto solitário que não consegue esquecer pessoas que o esqueceram há um bom tempo, e que, se lembrarem, será apenas como um bom amigo, nada mais). Mas pouco importa esse texto ser para você, todos são no final das contas, mesmo os literários, mesmo os poemas que nem mesmo citam a palavra amor, tudo é você (ignore, por favor).
O melhor aniversário da minha vida, e eu não fiz nada de mais. Tudo isso por causa apenas de uma garota. Apenas? Bem, não era apenas uma garota, embora compartilhasse algumas características com as outras garotas, ela me era especial (se bem que, olhando de fora, apenas uma garota, sem ofensas). Era especial porque foi a primeira a me sorrir, talvez a única que me tenha sorrido verdadeiramente, talvez a única que sorrirá em toda minha vida (provavelmente não, na verdade, ignore essas palavras de um filho do Romantismo).
O melhor aniversário da minha vida, era uma quinta-feira assim como ontem, mas não era um dia como ontem, acreditem ou não, estava ensolarado, o último 13 de setembro ensolarado de que se tem notícia. Fazia sol porque ela ainda não havia partido? Provavelmente não, o mundo não se importa comigo o suficiente para isso (não se importe também, é só um texto), embora acredite às vezes que chove apenas para que não vejam toda minha tristeza.
Chove, setembro chove (se lembro choro).

- Lucas, vamos sair, o dia está tão lindo.
(Mas ainda chove).

Setembro Chove.

O desgosto acabou, finalmente, Agosto, adeus! É oficial, já não tenho notícias tuas há mais de mês, o que significa que todo aquele tempo chuvoso ficou pra trás, as nuvens negras são parte do passado, o frio ultrapassado. À minha frente só vejo tempo bom, um céu claro, o Sol a brilhar. A previsão do meu tempo é que agora é tempo, tempo de viver, tempo de ter tempo.
Afinal, o que posso fazer sob a chuva? Sob o frio? Ficar em casa, me afogar em cobertas. E, sinto dizer, todos sabem que o nosso tempo era esse, era. Agora tens o teu e tenho o meu. Era bom, claro, passar uma tarde fria contigo, mas como é livre caminhar num belo dia, ensolarado, quente. As nuvens negras nunca mais apareceram.
É setembro, já nem me lembro de como é ter um dia tão parado de chuva, acordar embolado, com medo do frio. Esqueci por completo, de suas nuvens, olhar pro céu e temer, não mais. Não chove, não chove! O tempo agora é sempre bom, maravilhoso. Não trocaria isso por nada.

As nuvens negras... eu as escondi, estão aqui dentro. Finalmente, posso colocar tudo para fora, em Setembro chove.