sexta-feira, 6 de julho de 2012

O contador de histórias.

Tenho um amigo contador de histórias, ele é simpático, nada de mais. Tem mais ou menos a minha altura e um cabelo desarrumado que ele pensa ser bonito, nem ele é bonito, diga-se de passagem. Ele não é engraçado, mas suas histórias tem lá sua graça, seja de maneira tradicional, seja com ironia. O meu amigo não é tão ligado em política, mas mesmo assim evita dizer qualquer coisa que possa fazer com que o vejam como "de direita", como ele diz. Ele é um bom amigo.
Esse meu amigo já contou-me diversas histórias, mas mal sabe ele que também sou desse meio e vejo através dessa parede que ele construiu em sua frente. É, meu amigo contador de histórias não faz ideia de que eu sei que, quando ele conta uma história falando mal do sistema educacional, onde mostra-se a falha  nesse decorar-se tudo, eu sei que ele é a própria crítica, que ele vive essa vida regrada. E na velha história sobre amor, o rapaz que desperdiçou a grande chance de sua vida é ele mesmo, pobre dele. Esses são apenas exemplos da maneira como ele se esconde em suas histórias, mas eu o encontro.
E, bem, o contador de histórias continua com seu trabalho, alguns contos, umas crônicas, depois vem uma anedota para animar, tudo isso sem esquecer de si mesmo. Coitado do contador de histórias.

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