sexta-feira, 6 de julho de 2012

O contador de histórias.

Era uma vez um contador de histórias. Um contador de histórias que nunca falava "era uma vez" nem terminava com "viveram felizes para sempre".
Era uma vez um contador de histórias, que contava pequenas histórias, não grandes fábulas fantásticas, com lições de moral para todas as gerações. Ele contava pequenas histórias, que só ele sabia que eram estórias. Mudava pequenas coisas, irrelevantes, que ninguém percebia que não eram verdade. Como quando falava de uma bela garota e dizia que ela tinha 1,65m, mas ela tinha 1,60m. Ou dizia que ela riu de algo, mas apenas sorrira, realmente não fazia tanta diferença assim, para os outros, pois ele sabia, sabia que suas histórias não passavam de estórias, por mais reais que fossem, não eram reais. Não o culpem, ele sabia que mentia, e sempre que terminava uma de suas histórias-ligeiramente-modificadas dizia "pois é", quem sabe algum dia alguém captaria seu sinal, perceberia seu esquema, mas não, apenas diziam "como suas histórias são tristes, como você sofre, como você precisa ser amado." Mas não, ele era feliz, muito feliz, só tinha alguma inspiração e muita criatividade.
Mas não tenho duvidas quando digo que ele era feliz, põe feliz nisso, só não demonstrava isso, já que mentia tanto, pois é.

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