Se alguém estivesse naquela rua paulistana uma hora antes, jamais imaginaria o que viria a acontecer um tempo depois. Estava ensolarado, fazia um calor que para alguns seria até irritante. Todos estavam alegres, embora o calor enchesse-os de fadiga ainda havia espaço para diversão.
Passou-se finalmente a tal hora e chegou um rapaz extremamente melancólico. Tinha o semblante soturno, era claramente uma pessoa miserável e parecia ser circundado por tempestades, por uma chuva.
E ficava aí o garoto na chuva (ou sob a chuva, dependerá apenas do linguista), ninguém se importava com ele, ele não se importava com ninguém. Mas ele teimava em não sair dali, o garoto da chuva (ou o garoto que estava na chuva, dessa vez depende de qual preferires), uns diziam que ele devia esperar por alguém, por uma tal garota que deixou-o daquele jeito, por uma garota que deixou sua vida chuvosa, outros diziam que ele não tinha para onde ir. Não sei com qual das duas opções fico, visto que não sou um daqueles narradores oniscientes.
Semanas depois da chegada do chuvoso mancebo as pessoas do bairro resolveram que alguém deveria falar com ele, os comerciantes reclamavam que o constante aguaceiro repelia a freguesia, as mães temiam que suas crianças pegassem um resfriado se brincassem na rua e as crianças queriam apenas brincar na chuva. Depois de longas discussões elegeram um representante para ir falar com o pluvial moço, ou melhor, uma representante. Era uma garota de apenas 16 anos, de pele, cabelos e olhos de um lindo moreno mate, não parecia de muita liderança, todavia, ela sentia que havia algo nele, que ela poderia ajudá-lo.
-Oi. - disse a mocinha sem muita segurança - Oi? Moço? - e esperava o imóvel rapaz responder - Moço? Estás a me ouvir?
O rapaz reagiu, ficou com um semblante de dúvida e disse:
-"Estás"? Como assim um tratamento em segunda pessoa? Ninguém fala assim aqui. - enquanto ele falava era perceptível um sotaque lusitano.
-Ah, é que eu gosto destes modos mais rebuscados de falar e adoro Portugal. Falando nisso, notei em ti um sotaque lisbonense, és português?
-Sou sim.
-E outra coisa, por que choras?
-Sinto falta de algo.
-De uma rapariga?
-Não, de Lisboa, choro porque vim para essa cidade procurar uma outra vida e só encontrei tristeza. Mas logo logo eu paro de chorar, estarei de partida em um mês.
-Posso ir contigo? - disse a jovem cheia de esperança.
O resto eu não ouvi, só os vi indo embora, mas sem a chuva. Um amigo meu disse que os viu em Lisboa, às margens do Tejo. E o dia era belíssimo.
sexta-feira, 3 de dezembro de 2010
Na chuva.
Enquanto caminhava rumo ao trem, embaixo desse sol escaldante, é que ela veio. Forte e rápida a chuva caiu torrencial do céu. Um grupo se escondeu embaixo do guarda-chuva de um deles. Alguns outros protegeram-se com suas blusas ou com jornais. Boa parte correu da água. Um grupo que não tinha pressa se escondeu embaixo do viaduto, para esperar a chuva passar. Alguns praguejavam, outros calavam. Mas não vi ninguém, nem aqui nem ali, nem quem vinha nem quem ia, nem homens nem mulheres, adultos ou crianças; ninguém, além de mim, parou e sorriu para o céu. De braços abertos e olhos cerrados, sentindo a água me purificar, sentindo a paz me encharcar.
Na chuva, lá estava eu, sorrindo em paz, saboreando a calma.
Na chuva, lá estava eu, sorrindo em paz, saboreando a calma.
terça-feira, 30 de novembro de 2010
Suicídio.
Pule do alto de um prédio,
não há melhor remédio.
Abra o gás e feche a janela,
passe seus últimos momentos pensando nela.
Prenda uma corda no pescoço e se enforque,
não que alguém se importe.
O quê? Quer um fim pior?
Sei d'uma morte lenta e dolorosa.
Você sofrerá muito mais.
Aceita? Quer saber?
O pior tipo de suicídio que pode fazer
é continuar vivendo.
Suicídio.
Tenho tendências suicidas
Devido ao meu intenso romantismo
Amor é suicídio, meus caros.
É suicídio quando nos automutilamos
Para ver se a dor física é maior que a emocional
Ou qualquer outro motivo clichê.
É suicídio quando nos afogamos
Em nossas próprias lágrimas
Vertidas por decepções juvenis.
É suicídio quando nos damos um ataque cardíaco
Ao vermos aquela pessoa que tanto amamos
Mas que em um ou dois meses esqueceremos.
É suicídio quando nos envenenamos
Com falsas esperanças
De amores já perdidos.
Amor é suicídio
Eis tudo
E eu sou um suicida.
Devido ao meu intenso romantismo
Amor é suicídio, meus caros.
É suicídio quando nos automutilamos
Para ver se a dor física é maior que a emocional
Ou qualquer outro motivo clichê.
É suicídio quando nos afogamos
Em nossas próprias lágrimas
Vertidas por decepções juvenis.
É suicídio quando nos damos um ataque cardíaco
Ao vermos aquela pessoa que tanto amamos
Mas que em um ou dois meses esqueceremos.
É suicídio quando nos envenenamos
Com falsas esperanças
De amores já perdidos.
Amor é suicídio
Eis tudo
E eu sou um suicida.
sexta-feira, 26 de novembro de 2010
A batalha pelo sorvete.
A guerra era intensa. Calda de chocolate voava por todos os lados. O número de feridos era imenso.
-Avante, tropas! - gritou o marechal Juquinha.
E partiram as tropas Juquinhenses. Rajadas de cobertura de morango eram atiradas, bananas-split de dinamite eram implantadas na base inimiga, tirando de ação sempre os mais rechonchudinhos, que paravam para comer.
Mas por outro lado havia a resistência, comandadas por Fabinho, um ex-coronel e agora rebelde (rebelou-se porque preferia sorvete de milho, e não de chocolate como Juquinha). Foram então ao ataque o pelotão de Fabinho, em menor número mas com mais fome. Arremessaram granadas de granulado no meio do batalhão inimigo, derrubando diversos garotos por causa de uma forte dor de dente.
Juquinha, que além de grande estrategista era bom no campo de batalha, pegou uma casquinha e atirou sorvete napolitano em grande parte dos soldados rebeldes. Mas foi enquanto atirava que caiu repentinamente. Havia sido apunhalado, quando olhou para trás viu Carlinhos, o menor da turma, atacando-o com um picolé, um picolé sabor milho ainda por cima.
-Meninos! O almoço está pronto! - gritou a mãe de Juquinha e Fabinho.
Então eles e seus amigos entraram, era um farto almoço, mas não se importavam com isso. O que mais esperavam era a sobremesa...
-Avante, tropas! - gritou o marechal Juquinha.
E partiram as tropas Juquinhenses. Rajadas de cobertura de morango eram atiradas, bananas-split de dinamite eram implantadas na base inimiga, tirando de ação sempre os mais rechonchudinhos, que paravam para comer.
Mas por outro lado havia a resistência, comandadas por Fabinho, um ex-coronel e agora rebelde (rebelou-se porque preferia sorvete de milho, e não de chocolate como Juquinha). Foram então ao ataque o pelotão de Fabinho, em menor número mas com mais fome. Arremessaram granadas de granulado no meio do batalhão inimigo, derrubando diversos garotos por causa de uma forte dor de dente.
Juquinha, que além de grande estrategista era bom no campo de batalha, pegou uma casquinha e atirou sorvete napolitano em grande parte dos soldados rebeldes. Mas foi enquanto atirava que caiu repentinamente. Havia sido apunhalado, quando olhou para trás viu Carlinhos, o menor da turma, atacando-o com um picolé, um picolé sabor milho ainda por cima.
-Meninos! O almoço está pronto! - gritou a mãe de Juquinha e Fabinho.
Então eles e seus amigos entraram, era um farto almoço, mas não se importavam com isso. O que mais esperavam era a sobremesa...
A batalha pelo sorvete.
Era um dia ensolarado e quente. O playground estava cheio de crianças em férias escolares brincando e gritando, enquanto suas mães os observavam.
O "Tio do sorvete" - como as crianças o chamavam- não conseguia 1 minuto de paz. A cada 5 segundos uma nova criança, geralmente acompanhada da mãe, aparecia pedindo um sorvete. E, embora o Tio não tivesse descanso, sempre as atendia com um sorriso no rosto. Até que um dos garotos mais conhecidos do bairro foi comprar um sorvete. Era chamado por todos por Juninho. Juninho era adorado pelos amigos, sempre compartilhava seus brinquedos e ajudava quem precisasse. Mas, mesmo sendo um bom garoto, não hesitava em apelar para a força contra os mal-feitores.
-Tiio, ô Tiiiiô! Me dá um sorvete de chocolate. Tá tão quente! - Pediu Juninho abrindo a boca pelo calor.
-Ah, Juninho, tá na mão! - Respondeu o Tio do sorvete balançando o bigode como sempre fazia.
-Tio, também quero um! - Disse alguém atrás de Juninho. Era Gustavo, o valentão do playground. Gustavo era grande para sua idade e, por isso, atormentava os garotos menores sempre que pudia. Ele e Juninho eram arquirrivais.
-Pode deixar, Guto. Dois de chocolate saindo! - Mas ao verificar seu carrinho de sorvete, o vendedor levantou-se com uma cara de quem comeu um picolé de jiló.
-Poxa, Gustavo, só tem um... e o Juninho chegou antes. - Disse com um ar desapontado.
-Não quero saber! Eu quero o sorvete! - Gustavo, urrou, ficando rosa como um leitão.
-Ei! Gustavo! Calma lá. - Falou o Tio ajeitando seu boné vermelho. -Se continuar assim, te bano do carrinho de sorvete. Se quiser, tem de morango, limão e uva. Toma o seu Juninho. - Disse o tio pegando o sorvete do garoto.
-Valeeeu, Tio. Toma a grana. - E entregou uma nota de 2 reais ao sorveteiro.
-Xii, Juninho, você foi na casa do teu primo ontem, né? Eu avisei pra turma que o sorvete agora tá 2,50...
-2,50?! - Exclamou Juninho. - Ai, segura o sorvete, Tio! Eu vou pegar o dinheiro e já volto. - E correu como uma flecha para casa. 10 segundos depois já voltava com um sorrisão no rosto e 50 centavos na mão.
-Aê, Tio. 2,50! - E entregou a moeda.
-Eeeei, agora o sorvete é meu! Você foi embora e voltou! Perdeu o lugar. - Disse Gustavo com ar de triunfo.
-O quê?! Deixa isso, Tio?! Eu já tinha comprado, só fui pegar o dinheiro! - Replicou Juninho raivoso.
-Vixi, e agora? - Respondeu o Tio coçando sua careca embaixo do boné.
-Já sei! - Disse Juninho com um brilho nos olhos. - Vamos fazer uma batalha pelo sorvete! Três provas, quem ganhar, leva o gelado!
-Cai dentro, Tampinha. - Disse Gustavo.
-Demorou, segura o meu sorvete aí, Tio. - E Juninho saiu correndo.
-O meu sorvete! - Gustavo falou enquanto ia atrás do menor.
Alguns minutos depois estavam os dois preparados para a primeira prova. Lado a lado na rua de baixo, onde aconteciam as corridas. Toda a galera estava torcendo por um ou por outro, até que Laroca jogou a pedra pro alto, quando ela caiu, os dois sairam correndo. No começo Gustavo tentou derrubar Juninho, mas o garoto era escorregadio e saiu por debaixo do maior. Deu a curva pela casa da Senhora Carvalho e perdeu Gustavo de vista. Na chegada, Gustavo chegou sem ar, enquanto Juninho comemorava sua vitória saltitando.
- Ah rá, uh ru. O sorvete é me-ú! - Dizia o garoto para todo mundo ouvir.
Gustavo não gostou nada disso. Mas sabia que a próxima prova era dele.
Eles foram para a caixa de areia, onde iriam fazer uma luta de sumô na areia, o primeiro a sair do círculo principal perdia. Juninho bem que tentou, de um lado e de outro, mas Gustavo não saia do lugar. Até que Gustavo deu um grito, pegou Juninho pela cintura e o mandou beeem longe.
- Uuuhm, já posso sentir o gosto do sorvete. - Disse o menino rindo.
Juninho apostava tudo na última prova.
Na prova final, os dois penduravam-se no macaquinho, o primeiro a soltar, perde. Juninho estava aguentando bem, pois era mais leve que Gustavo, mas Gustavo era mais forte e podia aguentar muito mais. Juninho, no finalzinho, fraquejou e soltou, um pouco depois Gustavo também desistiu, como Gustavo era maior, os pés dos dois tocaram o chão ao mesmo tempo. Laroca, que sempre gostava de organizar as coisas, acabou decidindo que foi empate!
-Empate? E de quem é o sorvete? - Disse Juninho.
-Bom... não sei! - Respondeu Gustavo confuso.
-Olha, não quero me intrometer, mas e se dividissem? -Disse Laroca querendo sim se intrometer.
-Ah, melhor que nada, né. - Juninho falou correndo para o carrinho de sorvete.
-Dividir? Pelo menos ainda tenho meio sorvete. - Respondeu Gustavo indo atrás do outro garoto.
Ao chegar no carrinho de sorvete, que surpresa os dois tiveram! Estava o Tio somente com um palito de picolé na mão e uma poça marrom no chão.
-Xiiii, vocês demoraram tanto pra se decidir, que acho que o sorvete derreteu!
E os três riram de toda essa batalha por um palito de sorvete.
O "Tio do sorvete" - como as crianças o chamavam- não conseguia 1 minuto de paz. A cada 5 segundos uma nova criança, geralmente acompanhada da mãe, aparecia pedindo um sorvete. E, embora o Tio não tivesse descanso, sempre as atendia com um sorriso no rosto. Até que um dos garotos mais conhecidos do bairro foi comprar um sorvete. Era chamado por todos por Juninho. Juninho era adorado pelos amigos, sempre compartilhava seus brinquedos e ajudava quem precisasse. Mas, mesmo sendo um bom garoto, não hesitava em apelar para a força contra os mal-feitores.
-Tiio, ô Tiiiiô! Me dá um sorvete de chocolate. Tá tão quente! - Pediu Juninho abrindo a boca pelo calor.
-Ah, Juninho, tá na mão! - Respondeu o Tio do sorvete balançando o bigode como sempre fazia.
-Tio, também quero um! - Disse alguém atrás de Juninho. Era Gustavo, o valentão do playground. Gustavo era grande para sua idade e, por isso, atormentava os garotos menores sempre que pudia. Ele e Juninho eram arquirrivais.
-Pode deixar, Guto. Dois de chocolate saindo! - Mas ao verificar seu carrinho de sorvete, o vendedor levantou-se com uma cara de quem comeu um picolé de jiló.
-Poxa, Gustavo, só tem um... e o Juninho chegou antes. - Disse com um ar desapontado.
-Não quero saber! Eu quero o sorvete! - Gustavo, urrou, ficando rosa como um leitão.
-Ei! Gustavo! Calma lá. - Falou o Tio ajeitando seu boné vermelho. -Se continuar assim, te bano do carrinho de sorvete. Se quiser, tem de morango, limão e uva. Toma o seu Juninho. - Disse o tio pegando o sorvete do garoto.
-Valeeeu, Tio. Toma a grana. - E entregou uma nota de 2 reais ao sorveteiro.
-Xii, Juninho, você foi na casa do teu primo ontem, né? Eu avisei pra turma que o sorvete agora tá 2,50...
-2,50?! - Exclamou Juninho. - Ai, segura o sorvete, Tio! Eu vou pegar o dinheiro e já volto. - E correu como uma flecha para casa. 10 segundos depois já voltava com um sorrisão no rosto e 50 centavos na mão.
-Aê, Tio. 2,50! - E entregou a moeda.
-Eeeei, agora o sorvete é meu! Você foi embora e voltou! Perdeu o lugar. - Disse Gustavo com ar de triunfo.
-O quê?! Deixa isso, Tio?! Eu já tinha comprado, só fui pegar o dinheiro! - Replicou Juninho raivoso.
-Vixi, e agora? - Respondeu o Tio coçando sua careca embaixo do boné.
-Já sei! - Disse Juninho com um brilho nos olhos. - Vamos fazer uma batalha pelo sorvete! Três provas, quem ganhar, leva o gelado!
-Cai dentro, Tampinha. - Disse Gustavo.
-Demorou, segura o meu sorvete aí, Tio. - E Juninho saiu correndo.
-O meu sorvete! - Gustavo falou enquanto ia atrás do menor.
Alguns minutos depois estavam os dois preparados para a primeira prova. Lado a lado na rua de baixo, onde aconteciam as corridas. Toda a galera estava torcendo por um ou por outro, até que Laroca jogou a pedra pro alto, quando ela caiu, os dois sairam correndo. No começo Gustavo tentou derrubar Juninho, mas o garoto era escorregadio e saiu por debaixo do maior. Deu a curva pela casa da Senhora Carvalho e perdeu Gustavo de vista. Na chegada, Gustavo chegou sem ar, enquanto Juninho comemorava sua vitória saltitando.
- Ah rá, uh ru. O sorvete é me-ú! - Dizia o garoto para todo mundo ouvir.
Gustavo não gostou nada disso. Mas sabia que a próxima prova era dele.
Eles foram para a caixa de areia, onde iriam fazer uma luta de sumô na areia, o primeiro a sair do círculo principal perdia. Juninho bem que tentou, de um lado e de outro, mas Gustavo não saia do lugar. Até que Gustavo deu um grito, pegou Juninho pela cintura e o mandou beeem longe.
- Uuuhm, já posso sentir o gosto do sorvete. - Disse o menino rindo.
Juninho apostava tudo na última prova.
Na prova final, os dois penduravam-se no macaquinho, o primeiro a soltar, perde. Juninho estava aguentando bem, pois era mais leve que Gustavo, mas Gustavo era mais forte e podia aguentar muito mais. Juninho, no finalzinho, fraquejou e soltou, um pouco depois Gustavo também desistiu, como Gustavo era maior, os pés dos dois tocaram o chão ao mesmo tempo. Laroca, que sempre gostava de organizar as coisas, acabou decidindo que foi empate!
-Empate? E de quem é o sorvete? - Disse Juninho.
-Bom... não sei! - Respondeu Gustavo confuso.
-Olha, não quero me intrometer, mas e se dividissem? -Disse Laroca querendo sim se intrometer.
-Ah, melhor que nada, né. - Juninho falou correndo para o carrinho de sorvete.
-Dividir? Pelo menos ainda tenho meio sorvete. - Respondeu Gustavo indo atrás do outro garoto.
Ao chegar no carrinho de sorvete, que surpresa os dois tiveram! Estava o Tio somente com um palito de picolé na mão e uma poça marrom no chão.
-Xiiii, vocês demoraram tanto pra se decidir, que acho que o sorvete derreteu!
E os três riram de toda essa batalha por um palito de sorvete.
terça-feira, 23 de novembro de 2010
Novembro
Novembro;
Dia de finados?
Não acho um dia tão animado...
proclamação da República?
A gente abdica.
Dia da bandeira?
Nem de brincadeira!
Em novembro,
pode até ser que esqueceu,
mas eu me lembro,
foi quando a gente se conheceu.
Confesso que não lembro ao certo
se foi dia 20 ou 21.
Só sei que desde esse dia,
não esqueci de ti em nenhum.
Por isso todo dia 31 de outubro eu choro
e dia 1º de dezembro? Adoro.
Pois são os 30 piores dias da minha vida.
30 dias que não tenho saída.
Por isso, o final de outubro eu amo.
e, no início de dezembro, reclamo.
É o único mês que me sinto feliz,
o mês que iniciou o que eu sempre quis.
Então, se fez questão de esquecer,
eu lembro:
tudo começou n'um dia de novembro.
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