sexta-feira, 2 de novembro de 2012

A maré.

A maré te levou de mim.
Lhes observei, a maré e você, a se distanciar.
A maré ia para longe, ia para perto.
Você, como a maré, quase voltava para mim.
Mas iam, iam, escapavam entre meus dedos, a maré e você.
Parecia tão distante, que até valia a pena te amar, bela como a maré.
Mas logo, se enchiam, você e a maré, e estavam por toda a parte.
Até onde os olhos alcançavam, via maré, via você.

Mas, a Lua se foi, e a água ficou calma.
E, senti em minha alma, que partiram, para o céu,
ou para um fundo, para um lugar perfeito,
e depois de tudo que foi feito, percebi finalmente.

Nosso amor já não borbulha,
como a espuma da água que borbulhava quando nos conhecemos.
A maré vai e volta, mas não vai, não volta.
Se voltasse para mim,
seria outra, seria mar, céu, e um pouco menos o que era.
Mas tudo mais do que é.

Se quisesse nadar de volta para mim, nadaria.
Mas se não quisesse ir com a maré, não seria você.

As ondas não te levaram de mim.
As ondas não levam nada.
Apenas mensagens em garrafas,
e oferendas a deuses.

Eu vou e volto, mas não consigo me decidir.
Eu sinto sua falta,
e tudo que deu errado, culpo a maré de azar!

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