sexta-feira, 2 de novembro de 2012

A maré.

A maré já está alta, minha querida,
E o teu amor acaba por afogar-me.
Afoga-me, meu amor, quero que afogue-me,
Pois o sentir meus pulmões inundando-se
É quase sublime como o teu toque.
És tão linda nessa noite, meu bem,
Pouco importam-me os clichês, sol e mar,
Sol e mar para o inferno, basta-me tu,
Tu, com a pele mais alva que a lua,
Tu, sempre a mover-me feito maré

Mas se vais embora,
Feito a lua some,
E descem os mares.
Não desce meu amor,
Nessa praia tão erma.

Quando a encontro novamente o amor transborda,
Ou ao menos aparenta, minha cara.
Sê minha nessa noite, linda lua,
E cá, nessa cama feita de areia
Há só sonhos e não quero acordar.
Amo as tuas bochechas, teu sorriso,
Teus cabelos, tua alegria, tu.
Mas nossas terras não tem litoral.
Nem mesmo posso ter teu amor, querida.
A maré baixa, e nada mais resta.

A água ainda existe,
Secou foi teu amor.
O sal me é ruim,
Doce é a tua boca.
Afoguei-me. Salva-me?

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