sexta-feira, 8 de abril de 2011

Sob a luz forte.

Estavam em um vasto salão, mesmo que não soubessem, porque tudo que viam era uma tremenda escuridão. Nada viam, mas muito ouviam e sentiam. 
Uma algazarra, era isso que se podia ouvir. Por todos os lados as pessoas - e eram muitíssimas pessoas -  gritavam: queriam saber onde estavam, quem os levou até lá, com quem estavam e coisas do género. Gritavam e gritavam.
Empurrões, era isso que se podia sentir. As pessoas empurravam umas às outras em tremendo desespero, batiam nas paredes buscando por uma saída, mas sem sucesso. Mas mantinham a esperança, se uniam e tentavam encontrar uma porta ou janela.
Com o tempo as pessoas começaram a se acalmar. Horas depois, imensas luzes se acenderam, e, num primeiro momento, todos se alegraram, mas não continuou assim por muito tempo.
A primeira coisa que repararam era uma tremenda infelicidade, assim como haviam constatado enquanto tateavam o lugar, não havia uma saída. Assim, quase toda a esperança esvaiu-se com essa constatação. Mas, como se isso não fosse o suficiente, repararam que, apesar de não haverem reconhecido pela voz, eles conheciam gente daquele lugar, repararam até que estavam unidos com seus inimigos.
Assim a luz desencadeou o caos. E, sob a luz forte, sob a tão bondosa luz da verdade, a escuridão fez falta.

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