domingo, 19 de maio de 2013

A poetisa.

Tinha um sonho inquieto.
Os poemas beijavam-me.
Oh, se me amasses,
Mesmo que tiranicamente,
Mesmo como grito.

Você estava comigo então?
Quando choramos juntos, 
quando caímos juntos, 
quando veio o adeus...
Mas não estava.
Nem PRONTA,
Nem comigo.

Despenteado ar de graça,
que nem santa.
Nem deuses salvariam
Da imagem posta em minha frente.

Não, não digo que rasga -
mas queima-me a ponta dos dedos.
Queima-me tentar alcançar,
A pele que nunca foi minha.
Mas acalmo-me
Pois eu sei que não mata -
amputa-me de um amor.

Eu revelei-me demais e o sei,
desnudei ombros e pescoço
e toda a sombra que eu inventei
caiu sobre meu antro insosso.

Eu pensava que era o maior poeta da minha vida
e tu ali, jazida doce.

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